Este artigo analisa a prática docente de um grupo de professores de um curso de enfermagem de uma universidade pública do Rio de Janeiro, buscando compreender como essa prática contribui para a formação de profissionais críticos, reflexivos e comprometidos com a equidade em saúde, à luz das pedagogias de Paulo Freire e de outras perspectivas decoloniais. O estudo, de abordagem qualitativa, utilizou um questionário Google Forms semiestruturado, aplicado a oito docentes de enfermagem de instituições de ensino superior na América Latina. A análise dos dados, baseada na técnica de análise de conteúdo de Bardin, revelou quatro categorias principais: Concepções sobre o cuidado em saúde e a decolonialidade; Concepções sobre educação em saúde e a descolonização do currículo; Contribuições da educação em saúde para o ensino de enfermagem; e Formação decolonial. Os resultados indicam que a formação em enfermagem deve fomentar a autonomia, a criticidade e a humanização do cuidado, formando profissionais para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS) com uma perspectiva decolonial. A descolonização do currículo é fundamental para romper com epistemologias hegemônicas, valorizando saberes plurais e promovendo uma formação crítica, contextualizada e comprometida com a justiça social. Conclui-se que, embora haja avanços na incorporação de perspectivas decoloniais na formação em enfermagem, ainda são necessárias mudanças mais profundas nos currículos e nas práticas pedagógicas para promover uma educação mais equitativa e contextualizada à realidade sociocultural dos estudantes e das comunidades atendidas.
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